domingo, 29 de abril de 2012

Deixa de Manha

Chega morena, vem dançar forró
Eu quero ver você forrofiar
E no embalo dessa tua saia
Quero ver balão subindo até o sol raiar

Deixa de manha e vem dançar comigo
Que eu sou tu amigo e vou te ensinar
Como se faz um forrozinho bem gostoso
Que sobe pelo pescoço e faz se embolar

Deixa de manha e vem dançar comigo
Larga esse amido que eu sou mungunzá
Não te avexo, não te rodo o tempo todo
É só colar no meu corpo, dois pra lá  e dois pra cá

Chega loirinha, vem dançar forró
Tú veio aqui, eu sei, foi pra dançar
Descruza os braços  e vem pra grande roda
Que inda tem  passei  na roça e a cobra vai passar

Vai ter quentão e amendoim cozido
Canjica de milho e bolo de fubá
E não desgruda que a fogueira inda tem fogo
Os rojão tão no pipoco, nós tem mais é que dançar

Levanta a blusa, amarra no umbigo
O xadrex é colorido e de abutuar
Agora deixa o sanfoneiro aí tocando
Que eu também tou me animando e vou cair no arraiá.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Zelara

Escuridão ao meu redor
Em um sofá, dopado e só
Ela me aparece clara
Me leva em paz, Zelara

Seu beijo aquece minha alma
E me suga o calor
E sem amor me tira a dor.

Quando em seus braços eu repouso
Tudo pode então ter fim
E ela, o que resta para mim.

Anjo que chega a mim à noite
Brinca com letras das palavras
E depois de embaralhá-las
O que fica? Zelara

Seja de trem ou avião
O meio não importa mais
Pois só um fim ela me trás.

Se por fim deixei saudades
É sinal que bem te fiz
Ainda assim tú não me quis
(Mas ela quis), Zelara

Vazio


E este sentimento que vai e volta sem parar
Dá um vazio no peito, dá vontade de mudar
Sumir, correr, fugir, uma montanha escalar
Mergulhar em um vulcão, no mais fundo ponto do mar

Dá vontade de estar em qualquer outro lugar
Menos este onde estou, talvez onde você está

domingo, 25 de março de 2012

Sem Tí


Te ví, tive e te perdi
Te tive aqui e não te ví
Viví sem tí e então sentí
Que eu sem tí só me perdí

segunda-feira, 12 de março de 2012

Inspiração


Quando à noite estou sozinho
E nada há o que fazer
Vasculho a mente sempre em busca
Do por que não  escrever

Busco o motivo do silêncio onde antes eram gritos
Tantas vozes animadas, famintas em ganhar vida, em ter seus contos escritos

E então elas se foram, até hoje, até agora
De sua visita repentina, espero ansiosa hora
Como espíritos jamais encarnados, espetáculos nunca encenados
Busco as vozes, não as ouço, busco mera distração
Mas vejo que me deixaram, na pior situação

Quero fugir do  mundo, o que dizem-me real
Quero um céu de diamantes, onde eu não passe mal
O que quero, é nada além de um sopro de inspiração
De mais um conto escrito, digitado ou à mão