quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cada um nos seus "prumode"

Sou escritor
Porque gosto de escrever.
Não porque seja doutor
Ou faça isso pra viver.
Sou escritor
porque paro pra escrever.
E basta que um queira ler
pra que se torne meu leitor.

Sou brasileiro
Dando duro o ano inteiro
Pra ganhar o meu dinheiro
"Enricando seu dotô".
Sou preto e branco,
Sou mulato sertanejo,
Bronzeado bem praieiro,
Muitos tons em uma cor.

Meu carnaval
Não tem chiclete e nem Gandhi,
O meu som não tem badangue
Meu abadá é pele nua.
Na minha terra
Tem urubu e não condor.
Meu interesse é amor
E meu estádio é a rua.

E pra acabar,
Sete palmos numa cova
Serão o fim da minha trova,
Ponto final do meu viver.
Mas importante
É que apesar de toda prova
Escrevi uma folha nova
E até o final alguém quis ler.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Pra voar


Abriu sinal, mais uma corrida começando
Ronco dos motores, carros se ultrapassando
Nada mal pra quem está só se descobrindo
Fica quieta e cola em mim, finge que está dormindo
Agora diz se é legal sentir que o chão está se abrindo

Faz um som, manda um acorde que eu canto
Ainda quero aprender árabe, russo e esperanto
Tira a roupa e finge que está me amando
Só puxe a corda quando sentir que está no ponto

Pra voar (Só manda ver, que estou pronto)
Pra voar (Eu decolei, já estou voando)
Pra voar (Com prazer mergulho e vou subindo)
Pra voar (Sinto seus lábios se abrindo)

Olha o sol, já é manhã, está nascendo
Olha só, nossa criança está crescendo
Não tenho dó, morreu porque tava correndo
Pra aprender só é preciso estar atento

A vida é assim, valeu por nossa amizade
Quero tentar mesmo não tendo mais idade
Manda ver, pisa e acelera à vontade
Vai lá que é simples, basta pegar velocidade