sábado, 3 de maio de 2014

O Bêbado Verso da Noite de Insônia

Pobre do louco que sem seus amigos
De nada seria, nada valeria
Os loucos são poucos e sem ousadia
Esquecidos ficam à propria revelia

A nada se apegam e o nado que pregam
Ao fundo os leva
Se não tem à vela
O sopro amigo que ao alto lhes guia

E só sendo louco é que se fala
Se canta, se esbalda em versos sem fim
Que de nada falam e de tudo tratam
Que abrem o mundo que há dentro de mim

E sem seguir regras ou formas poéticas
Vou cambaleando pra dentro de mim
E quando eu saio de lá eu extraio
O que incomodava e apagava o estopim

Balada do Insone

Enquanto você
No mundo dos sonhos passeia
Nos braços do sono esperneia
Pelos quatro estágios vagueia.

Eu que sozinho
A não ser o violão
Papel e lápis
O copo na mão.

Uma amigo em outro mundo
Mas na mesma sintonia
A insolente insônia
Obriga a aguardar o dia

As areias não recebo
Das mãos do João Pestana
Morfeu não me abana
Uma cantiga de ninar

A eles não vem o pesar
Não aos meus olhos
Que pela manha parecem chorosos
Pois não puderam repousar