sábado, 28 de agosto de 2010

Tédio

A morfina é natural, parece gerada pelo sangue
Cansaço e sonolência não precisam de exame
Faz efeito como o ópio: O marasmo e a rotina
Não é criativo o ócio, o nadismo desanima

A torre derrubada, a rainha em desespero
O rei está em cheque, o cavalo sem arreio
O bispo manipula a fraca mente do peão
O castelo sitiado jaz entregue ao ladrão

Qual a força que me impede de dormir?
Insônia, desmaios, ressacas... sem lugares onde ir
O que fazer pra se livrar da escuridão?
Uma mente sem idéias, vida de decepção

A sua voz já me torra a paciência
O seu timbre em meu cérebro, neurônios em dormência
Gaguejas porque não tens razão
A nossa convivência me tirou a inspiração

Mas sei que um dia tudo isso vai mudar
Estarei livre, voltarei a respirar
Dia este em que brilha um novo sol
Enquanto isso me afogo com sua voz de rupinol