quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Baile de Máscaras

Me perseguem
Abro os olhos e vejo que ainda estão lá
Me cercam
Não sei quando vão parar
Estão por todos os lados
Sempre presentes e vêm aos bocados

Nunca
me deixam em paz
Parecem saber do que sou capaz

E ficam
Esperando mais
Não se satisfazem, nunca é demais

Queria que fossem reais

Suas fantasias, máscaras alegres
Me fazem feliz, fazem com que eu celebre
E colhem os frutos da celebração

Suas faces, sorrisos gentis
à esquerda e à direita pra me fazer feliz
E pago o custo da celebração

São eles
Aqui estão outra vez
Se quase tropeço me estendem a mão
Mas não os encontro quando estou no chão

Batizam-se
E dentre os nomes à mão
Escolhem parceiro, amigo e irmão

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sentidos

A solidão é o colírio que nos faz enxergar a importância do outro.
A culpa é o amplificador que nos faz ouvir o choro do próximo.
A verdade é como agulha que espeta a carne até a alma.
A desigualdade e a injustiça compõem a carniça que nos impregna as narinas.
E a hipocrisia é o tempero insosso que nos permite engolir tudo isso, imaginando campos de alfazema, ao toque de uma brisa suave, ouvindo o canto dos passáros enquanto olhamos o mar.