(Este texto provavelmente seria diferente no primeiro momento em que pensei e comecei a escrevê-lo. Mas, depois de todas interrupções, as ideias e sentimentos foram mudando no decorrer do seu desenvolvimento. Surgindo assim do jeito que está! Assim como eu, nasceu das mudanças que a rotina impõe e os contratempos rabiscam)
O ser humano é, por natureza, guiado primeiramente pelo que vê!
Daí a adoção do sistema decimal.
Nada mais simples que sair contando tudo que se vê pela frente, tudo que se possui, tudo que se percebe, usando os dedos das mãos.
Afinal, ressalvadas algumas exceções, os dedos são uma ferramenta de cálculo que levamos sempre conosco.
Somos uma espécie instintivamente dominadora, exploradora, extrativista! Já nos descreveram como o vírus ou o câncer deste planeta, acredito que também nos comportamos como bactérias algumas vezes.
Há pouco, li sobre o Entomophthora muscae. Confesso que enxerguei um pouco do comportamento humano, em sua relação com as outras formas de vida do nosso planeta, no modus operandi deste fungo. Queremos domar animais, controlar plantações e manter lavouras. Decidimos qual espécie animal ou vegetal merece ou não viver ou morrer, de acordo com o que nos proporcionam ou privam!
Enquanto escrevo esse texto, já confesso que me sinto mais livre em estar produzindo algo que não tenha cunho científico, que não precise de metodologia explicitada ou citações. Um texto que seja livre e traga apenas um desabafo! Um texto que pode ser carregado de exclamações (!) e não pontos. Afinal, o Homo sapiens precisa também controlar o seu próximo, os da sua espécie, que consigo compõem a colônia/sociedade. Buscam então o controle e rotulam o outro e suas produções como almejam fazer a tudo que nos cerca.
Aqui entra o sol: O Astro Rei! O centro do Sistema Solar - que justamente o referência em seu nome (dado, obviamente, por humanos).
O sol está a, aproximadamente, 150 milhões de quilômetros da terra e se importa tanto com as ânsias do ser humano quanto um adolescente, mal criado e egoísta, transitando em Nova York dentro de sua limusine, se importa com uma única formiga andando sozinha na calçada no centro de Tóquio.
Portanto, o sol, em seus ciclos, não parece ter despertado algum tipo de predisposição a seguir o sistema humano-terráqueo-decimal ou submeter-se a este de qualquer forma.
Na minha limitada existência terrena, só fui apresentado a uma medida de ciclos solares que ignora a egocêntrica existência da Terra (planeta água): o ciclo solar de Schwabe, que dura em torno de 11 anos. Este considera variações do sol e só ele!
Todas as outras medidas que conheço, tem nosso planeta-lar como variável na equação. Só conheci o ciclo de 33 anos este ano, aos 33 anos de idade (repetições propositais).
A cada 33 anos, sol e lua - os corpos extraterra que mais cotidianamente interferem em nossa vida - estariam novamente mutuamente alinhados no exato ponto em que estavam em relação à terra. Por isso, 33 anos seria um tempo de provar diversas combinações cósmicas e voltar a um ponto igual de partida, um recomeço maior...
Meu aniversário de 33 anos foi especial, inusitado, diferente! Marcou bem a passagem entre estes ciclos! Faltaram pessoas especiais, mas isto também contribuiu para que eu pudesse ser o mais especial naquele momento de celebração, me por em evidência para mim mesmo por um instante. Fazer a, já rotineira, análise anual de minha vida, meus passos, minhas escolhas e seus frutos e consequências. Posso dizer que no dia 17 de outubro de 2018, "I have become confortably numb"!
Sempre me perguntei como seriam meus 33 anos, sempre foi um número que me intrigou (antes mesmo de conhecer o ciclo dos 33 anos). Parte da reflexão sobre o número veio à tona na primeira vez que li e refleti a letra de Números dos Engenheiros do Hawaii: "Aos 33, Jesus na cruz. Cabral no mar aos 33. E eu? O que faço com esses números?". A mesma canção que trazia em seu refrão a afirmação de que "A medida de amar é amar sem medida", adaptação da frase de Santo Agostinho.
Então, cheguei aos 33 com esse ideal: Amar sem medida e buscar semear esse amor por onde passei. Não bastava ter isso em mim. Precisava ver isso gerando frutos, transformando outras pessoas em amantes semeadoras do amor! Logo se vê que sou humano e, consequentemente, também ajo como fungo!
Sempre prezei pela conciliação, pela harmonia, pela justiça. Sempre concordei com o "Together we stand, divided we fall". E, bom, praticamente todos estes traços se mantém aqui! Sou muito feliz por isso.
Mas, agora acabei de concluir minha primeira volta - do segundo ciclo de 33 - em torno de uma grande estrela que garante a vida em um pequeno planeta que só não é chamado de Água porque alguns mamíferos que o habitam não são aquáticos.
Obviamente a viagem não foi escolha minha! Mas, não tenho objeção! Muito pelo contrario! Gostaria de ter percorrido o planeta tanto quanto percorremos involuntariamente a órbita do sol. Gosto de viajar! Agradeço ao planeta por me fazer girar em dois sentidos e velocidades diferentes!
O que muda no primeiro ano desta segunda fase?
Continuo pacifista, porém menos pacífico! Estou menos complacente quando vejo pessoas iniciando atos que considero injustos! Tomo mais a frente, embora me prometa a cada vez que será a última! Às vezes me sinto forçado pelas situações a tomar atitudes!
Me parece que entre o ano passado e este ano vivi mais diferenças que em qualquer outro marco decenal! Vejamos o que este segundo ciclo reserva! Não sei o que virá, mas algo é certo: é um recomeço!
Que seja pra melhor!
Que as sementes já plantadas brotem, floresçam, frutifiquem! Não para minha colheita, mas para geração de novas sementes!
Que eu possa continuar evoluindo e amadurecendo. Pois imagino que, assim como em outras idades acreditei já ter atingido o último marco nesta evolução, o futuro me reserva muitos outros desafios e crescimento!
Os que carrego no peito, aqui continuam! Muitos outros entraram sem precisar apertar! Recebi muitos novos sorrisos e abraços sinceros! Esbravejei muitos mais do que gostaria, muito mais do que antes era normal! Acreditei que isto afastaria pessoas, mas aproximou ainda mais muitas que valem realmente a pena!
Sou grato pelas mudanças, sou grato pelas experiências. Meu corpo físico cada vez menos sustenta e suporta a carga do amadurecer! Mas por dentro, há um corpo de luz que me parece cada vez mais belo, embora não possa ser visto. E que, mesmo eu, só consigo enxergar quando um outro alguém me aponta os traços de luz por ele deixados!
Obrigado por me escolher para ser instrumento de uma forma pouco compreendida e pouco aceita! Me perdoe pelas limitações e por não ter dado o próximo passo! Me dê fé, coragem, força, para suportar as próximas mudanças o crescimento da luz e o aumento da demanda por ela através de mim!
Que a paz, a harmonia e o aprendizado sejam o objetivo final e não a bandeira!
Afinal, assim como o sol, nem sempre nos cabe seguir os sistemas adotados pelos ícones sociais!